quinta-feira, 9 de março de 2017

Justiça condena empresários de Sumaré

Foto - Arquivo
Justiça condena empresários de Sumaré a 8 anos e 9 meses. Presos pela Lava Jato, sócios foram acusados de ajudar no repasse de propina ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, no Paraná, condenou nesta quarta-feira os empresários Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, de Sumaré, por crimes investigados contra a Petrobras na Operação Lava Jato. Ambos tiveram pena de 8 anos e 9 meses de prisão, em regime fechado, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além deles, também foi condenado à prisão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Cabe recurso.

Eduardo e Flávio foram presos pela Lava Jato em maio do ano passado. Eles são sócios da empresa Credencial, que tem sede na casa de Eduardo no Jardim Macarenko, em Sumaré. De acordo com a investigação do Ministério Público Federal, a Credencial seria uma empresa de fachada usada para o repasse de propina ao ex-ministro José Dirceu.

O esquema apurado pelos procuradores da força-tarefa descobriu o pagamento de propina em um contrato de R$ 255 milhões firmado em 2009 entre a Petrobras e a empresa Apolo Tubulars, para o fornecimento de tubos à estatal. A contratação foi intermediada pelo lobista Julio Camargo, que delatou o esquema ao MPF.

Eduardo de Meira e Flávio de Oliveira Macedo 
são acusados de vários crimes

Pela ajuda dada na contratação, a Apolo pagou R$ 7,1 milhões em propina, entre 2010 e 2013, por meio de um contrato simulado com uma empresa de Camargo, a Piemonte. O dinheiro seria direcionado ao diretor de Serviços da Petrobras na época, Renato Duque, cuja intervenção teria sido decisiva para a contratação milionária da Apolo. Entretanto, Duque pediu que sua parte na propina fosse direcionada ao grupo político de José Dirceu, que lhe dava sustentação no cargo na estatal.

O ex-ministro teria recebido cerca de R$ 2,1 milhões em propinas. Para dissimular os valores, o lobista Julio Camargo bancou despesas do uso de aeronaves por José Dirceu. A Credencial surgiu como uma segunda alternativa para o pagamento de propina. Segundo a investigação, R$ 700 mil foram pagos por meio de um contrato simulado da empresa de Sumaré com outra de Julio Camargo, a Auguri. A prestação de serviços, no entanto, nunca ocorreu, segundo o delator.

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A indicação da Credencial, segundo as investigações, foi feita pelo irmão de José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira Silva, condenado a 10 anos de prisão. Após quebra de sigilo bancário e telefônico da Credencial e dos sócios, investigadores descobriram que havia coincidência de datas entre os aportes milionários feitos nas contas da Credencial e ligações telefônicas à consultoria de José Dirceu. Relatórios mostram que os sócios fizeram diversos saques em espécie de alto valor e mantiveram 300 contatos telefônicos com a consultoria ligada ao petista.

A Polícia Federal e o MPF investigam ainda o envolvimento da Credencial 
com outros esquemas de corrupção dentro da Petrobras.

O advogado Alexandre Crepaldi, que representa Flávio Macedo, afirmou que vai recorrer da sentença. “Não concordamos com a condenação nem com a manutenção da prisão preventiva”, disse ontem. Tanto Flávio quanto Eduardo Meira estão presos desde a deflagração da operação Vício, a 30ª fase da Lava Jato, em maio do ano passado. O LIBERAL não conseguiu contato com a defesa de Eduardo. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o advogado que o representa afirmou que também discorda da sentença e que vai recorrer. Fonte: O Liberal

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