Vice-presidente da câmara, pastor Edgardo Cabral foi denunciado por peculato; ele negou a prática e explicou que quem abasteceu o carro foi assessor
O MP (Ministério Público) de Sumaré apresentou esta semana à Justiça uma denúncia contra o vice-presidente da Câmara, o pastor Edgardo José Cabral (PRB), por crime de peculato – desvio de bens ou recursos públicos por servidor. Segundo a ação, ele teria – em pelo menos cinco oportunidades – desviado combustível da Casa. Edgardo nega as acusações.
A investigação começou há dois meses, quando a Promotoria recebeu uma denúncia anônima sobre o uso pelo parlamentar, para fins particulares, do carro alugado que o Legislativo mantém a disposição do seu gabinete.
A mensagem continha imagens dele entrando e saindo de um supermercado com o veículo e a esposa. Com documentos fornecidos pela própria câmara e o depoimento de dois frentistas do posto contratado pelo Legislativo para fornecer o combustível, o suposto esquema de desvio foi descoberto.
Segundo os profissionais, o vereador retirava requisições de abastecimento na Casa com uma quantidade de litros superior à capacidade do tanque de combustíveis do veículo oficial. O carro era abastecido até o limite e o posto emitia “contravales” para Cabral com o volume excedente. Segundo a denúncia, esse volume era colocado no carro particular do parlamentar.
A denúncia cita quatro datas em 2018 em que os abastecimentos irregulares teriam acontecido, além de um período indeterminado no primeiro trimestre deste ano. O valor do suposto prejuízo aos cofres públicos não foi informado na denúncia.
Segundo Edgardo ainda não foi notificado sobre o processo, que tramita na 1ª Vara Criminal de Sumaré, mas negou as acusações. “Isso aí não procede. Quem abastecia o carro era o meu assessor. Eu nunca abasteci”, resumiu. Ele admitiu, no entanto, ter ido ao supermercado com o veículo oficial.
Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara de Sumaré informou que não foi notificada sobre a denúncia contra o seu vice-presidente, mas disse que há um procedimento contra ele no Conselho de Ética.
“A câmara desconhece a suposta denúncia apresentada pelo Ministério Público uma vez que não recebeu qualquer notificação sobre o caso e esclarece ainda que desde o início desta gestão tem se empenhado em seguir rigorosamente todos os princípios que norteiam a administração pública, prezando pela eficiência dos recursos destinados a manutenção das atividades legislativas. Nesse momento, a Câmara estuda medidas para aumentar ainda mais o controle sobre o uso dos veículos oficiais”, diz a nota
Fonte: O Liberal
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