terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MPT Apura supostas contratações irregulares

Inquérito do MPT apura possíveis irregularidades em projeto social

Denúncia é que Prefeitura de Sumaré estaria adquirindo mão de obra efetiva para a administração e projeto serviria como fachada.
O MPT (Ministério Público do Trabalho) instaurou inquérito para apurar supostas contratações irregulares feitas pela Prefeitura de Sumaré por meio do Pra Frente (Programa de Incentivo ao Trabalho e Requalificação Profissional). A Promotoria recebeu denúncias de que o Executivo estaria adquirindo mão de obra efetiva para a administração, usando o projeto social como fachada. Segundo o órgão, a admissão de pessoal para cargo público sem a realização de concurso é inconstitucional. Atualmente, o programa conta com 565 bolsistas.
Governo de Cristina Carrara negou qualquer problema com o projeto
Na portaria de abertura do inquérito, o MPT pede para que o Executivo seja notificado do processo de investigação e recomenda, em minuta de ajuste (acordo inicial), que a municipalidade se abstenha de utilizar mão de obra dos integrantes do programa como substituição da efetiva, "em especial em atividades que não possuam conexão com o ensinamento teórico ministrado". 

O órgão também pede que a Prefeitura assegure aos participantes do Pra Frente os direitos trabalhistas previstos aos servidores em geral e promova a contratação dos integrantes do programa por meio de processo seletivo simplificado - usado para a contratação de cargos temporários. Pelo descumprimento de cada cláusula estabelecida na minuta, a Promotoria estabeleceu multa de R$ 10 mil por trabalhador prejudicado ou envolvido. 

A procuradora do trabalho, Carolina Marzola Hirata Zedes, autora do inquérito, explicou que a Constituição prevê que a contratação de servidores para cargos públicos depende de aprovação prévia em concurso, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão. "As nomeações em desacordo com essa diretriz constitucional implicarão em nulidade do ato e na punição da autoridade que o causou", ressaltou a procuradora. Uma audiência administrativa, para elaboração de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) sobre o assunto, foi agendada para abril de 2014.

O Pra Frente é um projeto social realizado com recursos municipais criado para atender pessoas em situação de vulnerabilidade social, de 16 a 63 anos, com o objetivo de qualificação profissional (cursos e estágio) para ingresso no mercado de trabalho. O programa, com duração de um ano, oferece bolsa de um salário-mínimo (R$ 678), seguro de vida obrigatório, cesta básica e vale-transporte a participantes selecionados para trabalhar, por seis horas diárias, em secretarias e outros órgãos públicos. Além dos benefícios, cursos de requalificação profissional são oferecidos e a pessoa tem, obrigatoriamente, que escolher um deles.

Em nota, a Prefeitura negou irregularidade, afirmando que "cumpre plenamente as regras do programa social, estabelecidas em lei municipal". "Trata-se de um programa de bolsas cuja programação e critérios são cumpridos à risca, inclusive quando o beneficiado atua em função supervisionada visando sua capacitação para o mercado de trabalho".

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