Organização terá que
devolver R$ 3,3 milhões
Tribunal
de Contas do Estado aponta irregularidades em contrato da Prefeitura de Sumaré
com oscip responsável por serviços na rede de saúde.
O TCE
(Tribunal de Contas do Estado) solicitou que a ACCB (Associação Civil Cidadania
Brasil) devolva R$ 3,3 milhões à Prefeitura de Sumaré, em um prazo de 15 dias,
por conta de irregularidades encontradas na prestação de contas do contrato
firmado entre a entidade e o Executivo.
A ACCB é uma Oscip (Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público) que terceirizava serviços à rede
municipal de saúde, antes de a RPS Clínica Médica assumir, principalmente no fornecimento
de profissionais ao antigo pronto-socorro municipal. Cabe defesa.
Valores
repassados pelo poder público não foram devidamente documentados
Segundo o
conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, na análise das contas de 2012 a fiscalização
da Corte constatou que os valores repassados pela prefeitura à Ocisp não foram
devidamente documentados - desse valor, R$ 2,5 milhões são referentes a
obrigações trabalhistas e prestação de serviço.
O conselheiro também aponta que, ao longo do contrato, a administração assumiu
dívidas da ACCB. Os débitos assumidos seriam em sua totalidade com o INSS
(Instituto Nacional de Seguridade Social), porém Ramalho diz que o acordo com a
Receita Federal "não deixa claro se a Prefeitura está arcando somente com
dívidas de contribuições previdenciárias".
Diante das apurações, o TCE notificou a Ocisp para devolver o dinheiro ou
apresentar defesa. A Corte também notificou o Executivo sumareense para
apresentação de documentação que comprove a regularidade das dívidas assumidas.
Além disso, a Corte pediu que a prefeitura envie uma série de informações sobre
o contrato, como a relação dos atendimentos feitos no período (com nome do
médico que o realizou), remunerações dos profissionais e da diretoria, e
extratos bancários da conta-corrente da organização.
O contrato entre a prefeitura e a ACCB, firmado em 2010, foi rompido no início
de 2012, depois de solicitação do MPT (Ministério Público do Trabalho).
O órgão
apontou irregularidades no repasse do Executivo à Ocisp e na contratação de
terceirizados na saúde - segundo o MPT, é necessário concurso público para
preenchimento das vagas.
A advogada da ACCB, Thaily Barba, afirmou que o que existe, na realidade, é uma
dívida do Executivo com a Ocisp. "Tem 15 dias para a gente se manifestar e
apresentar defesa.
Na verdade, quem nos deve é a prefeitura e isso vai ser
demonstrado quando oportuno", salientou.
A advogada disse ainda que foi
feito um acordo entre as partes em que ficou definido que a administração
quitaria seus supostos débitos com a ACCB pagando a dívida da Ocisp com o INSS.
"Estamos demonstrando que cumprimos tudo que foi acordado no decorrer do
processo (do TCE)", finalizou.
A reportagem entrou em contato com a
prefeitura, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
Estamos de Olho