quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Policiamento Reforçado

Reforço policial blinda sessão

Manifestação_Portal liberal.com.br
Presidente Rui Macedo (PSDB) cancelou a distribuição de senhas e proibiu qualquer pessoa de entrar na Casa de Leis
O cenário de um conflito iminente estava armado às 18 horas de ontem em frente à Câmara de Sumaré: 25 guardas municipais e 15 policiais militares de um lado e cerca de 50 manifestantes do outro. Os protestos repudiavam as agressões registradas na sessão anterior - que envolveram acusações contra o secretário de Esporte, Cultura e Lazer, Paulo Sciascio Neto, o Paulão do União - e a concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto) para a iniciativa privada.
Enquanto dez black blocs formavam o grupo de manifestantes, a tropa de choque da GCM (Guarda Civil Municipal) resguardava a força policial. O Corpo de Bombeiros Municipal também estava presente.

Por conta dos tumultos, o presidente da Câmara, Rui Macedo (PSDB), tomou uma medida administrativa cancelando a distribuição de senhas e proibindo qualquer pessoa de entrar na Casa de Leis, o que deixou os ânimos ainda mais acirrados. Dois telões foram colocados em frente ao prédio para que as pessoas acompanhassem a reunião legislativa. Apesar do clima pesado, nenhum conflito aconteceu.

A sessão - em que, entre outros projetos, foi aprovada a criação do "Dia Municipal dos Costumes Nordestinos" - ocorreu normalmente até as 21 horas, mesmo com o protesto ocorrendo do lado de fora. O grupo de manifestantes era composto por membros de sindicatos, grupo Domínio Público e black blocs. O diretor do Sindicato dos Radialistas, José Luiz Foga, que feriu a perna nas agressões sofridas na última sessão e precisou levar 15 pontos, disse que o ato era em repúdio à violência. "Várias pessoas me pegaram pelo pescoço e começaram a me tirar da Câmara", lembrou.

O carro de som do sindicato, estacionado na Travessa do 1º Centenário, em frente ao Legislativo, foi usado para os manifestantes dirigir a palavra aos vereadores. A estudante Danielle Moreira, de 22 anos, que acusa Paulão de desferir um tapa em seu rosto, desafiou o secretário a encará-la. "Ele é machista. É covarde. Eu tenho um 1,60 metro e ele tem quase dois metros. Não adianta ele falar que tentou se defender. Além disso, ele negar as agressões é a coisa mais ridícula do mundo, porque todo mundo viu", disparou.

Os manifestantes levaram ao protesto uma lista com o nome de todos os vereadores e pediram para que eles assinassem dizendo ser contra ou a favor da concessão do DAE. Somente o vereador Geraldo Medeiros (PT) colocou seu nome no papel, se posicionando contrário à medida. "Essa é uma opinião formada desde que foi anunciada da privatização do DAE. Até poderia ser privatizado, desde que se fizesse um plebiscito no município, dando transparência para o povo decidir", defendeu.

Por volta das 19 horas, Rui propôs atender uma comissão formada por cinco pessoas, para discutir as reivindicações no intervalo da sessão. A solução, contudo, foi negada pelos manifestantes. "Isso seria legitimar essa atitude dos vereadores", disse a estudante Mariana Conti, de 27 anos.

O secretário de Segurança e Defesa Civil, Luiz Carlos Piazentin, afirmou que mobilizou todas as viaturas da GCM em serviço para realizar a segurança da Câmara. Foram oito carros da corporação ao lado do prédio. Ele também organizou um cordão de isolamento na entrada da Casa, permitindo a entrada apenas de pessoas autorizadas. "Hoje não vai ter invasão, porque eles não vão chegar nem perto. Se não respeitarem, nós vamos ter de usar uma força moderada para evitar", disse antes do início dos protestos.

O presidente do Legislativo, Rui Macedo (PSDB), disse que somente 20 senhas foram entregues. "Nós demos as senhas para pessoas que tem interesse direto na sessão. Alguns vereadores apresentaram moções de congratulações e de pesar. Nós achamos que poderiam ser situações emocionalmente difíceis e resolvemos, dentro das normas de segurança, permitir que as famílias que vieram para receber essas moções participassem", disse.

Rui também defendeu que o uso na tribuna para manifestação de repúdio, sem inscrição prévia, fere à ordem regimental da Casa. Em relação à concessão do DAE, o presidente disse que o assunto necessita de estudo prévio antes de uma opinião ser emitida. "Temos de levar em consideração a questão da água, patrimônio público, direitos dos funcionários da autarquia e avaliação econômico-financeira antes de tomar um posicionamento" afirmou.

O tumulto na Câmara, na semana passada, teve início depois que o Legislativo foi invadido por cerca de 20 pessoas e o secretário municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Paulo Sciascio Neto, o Paulão do União, desferir um soco no rosto de um dos líderes que protestava contra a concessão do DAE. Houve agressões e seis pessoas registraram um boletim de ocorrência por agressão, ameaça e lesão corporal.
 
Já nesta sessão a segurança foi reforçada porém deveria ter feito o mesmo na semana passada, talvez teria evitado o tumulto e agressões, até o momento a Prefeita ainda não se posicionou diante da acusação de agressão feita a ao secretário de Cultura, Esportes e Lazer.
 
Estamos de Olho

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