A decisão
do Supremo Tribunal Federal de permitir um novo julgamento para parte dos
condenados no processo do mensalão - a partir do acolhimento dos embargos
infringentes -, pode beneficiar réus de 306 ações penais que se arrastam na
Corte, sem previsão de conclusão. Enquanto advogados de defesa se empolgam com
a possibilidade de lançar mão de mais um recurso, ministros e ex-integrantes do
STF revelam apreensão com o "efeito dominó" da decisão.
"Em
outros casos, o efeito que se terá é esse mesmo, o efeito dominó", afirma
o ministro Marco Aurélio Mello, que votou contra os infringentes para o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros 11 condenados. "Persistindo
a atual composição (do STF), a maioria de seis (ministros) vai confirmar o
entendimento segundo o qual cabem os infringentes toda vez que o acusado tiver
quatro votos a favor. E depois reclamam que a Justiça é morosa, não é?"
Entre os
réus que poderão ser beneficiados com a possibilidade de ingressar com esse
tipo de recurso estão políticos como os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Eduardo
Azeredo (PSDB-MG) e os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Jader
Barbalho (PMDB-PA), que respondem ações por crimes.
A
aprovação dos infringentes - recurso que permite uma reavaliação da condenação
por meio de um novo julgamento, com novo relator - no julgamento do mensalão
foi sacramentada na quarta-feira pelo Supremo.
O voto do ministro Celso de
Mello, decano de uma Corte dividida, desempatou a contenda em seis a cinco a
favor dos embargos infringentes.
Além das
306 ações penais, atualmente no Supremo há 533 inquéritos criminais cujos réus
são deputados, senadores ou ministros, que desfrutam do foro privilegiado. São
investigações que podem se transformar em ações penais originárias (que
tramitam no STF por causa do foro especial de pelo menos um dos réus) caso as
denúncias sejam aceitas pela Corte.
Inviável.
Um outro ministro que rejeitou empurrar para 2014 o desfecho do mensalão é
categórico. "Se entrar (embargos infringentes) para todas as ações nessa
situação (com 4 votos), será a inviabilidade do tribunal. Já imaginou? Toda vez
que tiver quatro votos vai ficar rejulgando? O tribunal não consegue nem julgar
as ações originárias!", diz o ministro, que pediu anonimato.
Como
consequência da decisão do STF, Maluf, Azeredo, Collor, Barbalho e centenas de
outros réus poderão garantir mais um recurso para protelar a já demorada
decisão final da Justiça. Mesmo não passando por instâncias inferiores, os réus
com foro privilegiado costumam ser beneficiados pela burocracia.
Algumas
dessas demandas foram instauradas em 2003 e ainda seguem em fase de instrução -
depoimentos , perícias e reunião de provas. É o caso da ação por crime de
responsabilidade à qual responde o hoje deputado federal Aelton José de Freitas
(PR-MG) - ele era o suplente de José Alencar e ocupou a vaga no
Senado deixada
pelo então vice-presidente no governo Lula. Após 11 anos, o processo tem 49
volumes e 24 apensos e corre em segredo de Justiça.
Defensor
de 13 alvos de ações penais originárias, entre elas o processo que Maluf
responde por crime contra o sistema financeiro, o advogado José Roberto Leal
disse que a possibilidade de uso dos embargos infringentes significa "a
garantia do direito de defesa". Para José Eduardo Rangel de Alckmin, que
defende Jader Barbalho em ações penais datadas de 2004 e 2005, a decisão
"mostrou que a Justiça não pode buscar a condenação de qualquer
jeito".
O
criminalista Marcelo Leonardo - que, além de advogar para Marcos Valério no
processo do mensalão, defende Aelton de Freitas - diz que sempre contou com a
possibilidade de recorrer aos embargos infringentes. "Ninguém duvidou
disso até maio deste ano, quando o ministro Joaquim Barbosa deu aquela inédita
decisão de negar (os embargos)." As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fica uma pergunta: Onde está o povo? porque não estão nas ruas contra esta decisão?
ou será que novamente o Povo foi massa de manobra do governo?
É brincadeira em, eles podem mudar a própria sentença, pedindo novo julgamento...
É brincadeira em, eles podem mudar a própria sentença, pedindo novo julgamento...
Estamos de Olho
quer apostar, vao sair empunes e ainda vão concorrer as eleições numa boa, o que é mais triste que tem grndes possibilidades de ganhar
ResponderExcluiré triste ver que no Brasil políticos que fazem o que bem entendem com nosso dinheiro saem sem condenações e o que é pior não devolvem o que roubaram, e ainda concorrem novamente nas eleições... Marcos
ResponderExcluir